O processamento do tópico no PB por crianças e adultos: Evidências Experimentais
DOI:
https://doi.org/10.5935/2218-0761.20240019Palabras clave:
Tópico-comentário, português do Brasil, rastreamento ocular, adultos, criançasResumen
O presente estudo teve o objetivo de verificar questões acerca do processamento e aceitabilidade de estruturas de tópico-comentário por crianças, alunos da educação básica (5º ano do ensino Fundamental), partindo do pressuposto de que crianças apresentariam um processamento mais próximo da língua vernacular (cf. Kato 2005), logo, não sofreriam tanta influência da tradição gramatical, quanto adultos. Em experimento de rastreamento ocular durante a leitura, com falantes universitários, Medeiros (2022b) verificou que durante o processamento on-line, os leitores foram capazes de diferenciar e processar prontamente tanto estruturas de tópico-comentário, quanto estruturas de sujeito-predicado. No entanto, na medida off-line que verificava a aceitabilidade dessas estruturas, os participantes consideraram o tópico como não-aceitável, principalmente as estruturas de tópico estilo-chinês, que são tidas como desvios pela tradição gramatical (anacolutos). No presente estudo, verificou-se que o processamento on-line das estruturas ocorreu de maneira semelhante aos adultos, tendo as crianças apresentado o mesmo padrão de processamento e as mesmas estratégias pelo parser. No entanto, durante o processamento off-line, as crianças parecem aceitar as estruturas que foram recusadas pelos adultos, na leitura.
Descargas
Citas
Amaral, Luiz e Tom Roeper. 2014. Multiple grammars and second language representation, em Second Language Research. SAGE, Vol 30(1): 3-36.
Bechara, Evanildo. 2009. Moderna Gramática Portuguesa. 37ª ed. atualizada pelo Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro, Nova Fronteira.
Berlinck, Rosane; Maria Eugênia Lamoglia Duarte e Marilza de Oliveira. 2015. Predicação, em Mary Kato e Milton Nascimento (Orgs). Gramática do Português Culto Falado no Brasil: a construção da sentença, Vol II. São Paulo, Ed. Contexto: 81-149.
Clifton, Charles e Lyn Frazier. 1989. Comprehending sentences with long-distance dependences, em Michael K. Tanenhaus e Greg Carlson. (Eds.). Linguistic structure in language Processing. Dordrecht. Kluwer Academic Press: 273-317
Cunha, Celso e Lindley Cintra. 2001. Nova Gramática do Português contemporâneo, 3ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
Faraco, Carlos Alberto. 2008. Norma culta brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola Editorial.
Galves, Charlotte. 2001. Ensaios sobre as gramáticas do português. Campinas: Editora da Unicamp.
Kato, Mary. 2005. A gramática do letrado: questões para a teoria gramatical, em Maria Aldina Marques, Erwin Koller, José Teixeira e Ainda Sampaio Lemos (Orgs.). Ciências da linguagem: trinta anos de investigação e ensino. Braga, Universidade do Minho, 5: 131-145
Kato, Mary. 2006. Comparando o português da América com o português de Portugal e com outras línguas, em Museu da língua Portuguesa, São Paulo. [em linha] Disponível em: http://www.museudalinguaportuguesa.org.br/colunas_ interna.php?id_coluna=13
Kenedy, Eduardo. 2016. O status da norma culta na língua-I dos brasileiros e seu respectivo tratamento na escola: algumas contribuições de estudos formalistas à educação, em Simone Guesser (Org). Linguística: pesquisa e ensino, v.2: 185-208.
Li, Charles-N e Sandra A. Thompson. 1976. Subject and topic: a new typology of language, em CharlesN Li, (Ed.). Subject and Topic. New York: Academic Press: 457-489.
Maia, Marcus. 1997. The processing of object anaphora in Brazilian Portuguese, em Révue Linguistique de Vincennes, (26): 151-172.
Medeiros, Lorrane. 2017. Processamento linguístico na leitura de sentenças com tópico que violam ou não o Princípio de Subjacência do português do Brasil: um estudo de rastreamento ocular. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. [em linha] Disponível em: https://ppglinguistica.letras.ufrj.br/document/o-topico-sintatico-no-portugues-dobrasil-um-estudo-de-rastreamento-ocular/
Medeiros, Lorrane. 2021. Processamento de construções de tópico-comentário e sujeito-predicado no Português do Brasil: língua orientada para a sentença, para o discurso ou mista? Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. [em linha] Disponível em: https://ppglinguistica.letras.ufrj.br/document/processamento-de-construcoes-de-topico-comentario-esujeito-predicado-no-portugues-no-brasil-lingua-orientada-para-a-sentenca-para-o-discurso-oumista/
Medeiros, Lorrane. 2022a. Aceitabilidade de Sentenças de tópico-comentário em PB e em Inglês, em Diacrítica, 36: 133-162.
Medeiros, Lorrane. 2022b. Rastreamento ocular na leitura de sentenças de tópico-comentário e sujeitopredicado no PB, em Márcio Leitão, e Marcus Maia (Orgs.). Dimensões da Psicolinguística na ALFAL. São Paulo, Liquido Editorial, 1: 205-231.
Negrão, Esmeralda. 1999. O português brasileiro: uma língua voltada para o discurso. (Tese de livre docência). Universidade de São Paulo, São Paulo.
Orsini, Mônica. 2020. Construções de tópico marcado na escrita culta brasileira: uma proposta tipológica, em Revista (Con)Textos Linguísticos, 14(29): 157-170.
Orsini, Mônica e Sérgio Vasco. 2007. Português do Brasil: língua de tópico e de sujeito, em Diadorim. Revista de estudos linguísticos e literários, 2: 83-98.
Pilati, Eloisa; Rozana Reigota Naves, Helena Guerra Vicente, Heloisa Salles. 2011. Educação linguística e ensino de gramática na educação básica, em Linguagem e Ensino, 14(2): 395-425.
Pontes, Eunice. 1987. O tópico no Português do Brasil. Campinas, Ed. Pontes.
Xu, Hui. 1999. English-style and chinese-style topic: a uniform semantic analysis, em The 13th Pacific Asia Conference on Language, Information and Computation: Proceedings: 51-62.
Yuan, Boping. 1995. Acquisition of base-generated topics by english-speaking learners of chinese, em Language learning, 45: 567-603.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Cuadernos de la ALFAL
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Usted es libre de:
- Compartir — copiar y redistribuir el material en cualquier medio o formato
- La licenciante no puede revocar estas libertades en tanto usted siga los términos de la licencia
Bajo los siguientes términos:
- Atribución — Usted debe dar crédito de manera adecuada , brindar un enlace a la licencia, e indicar si se han realizado cambios . Puede hacerlo en cualquier forma razonable, pero no de forma tal que sugiera que usted o su uso tienen el apoyo de la licenciante.
- NoComercial — Usted no puede hacer uso del material con propósitos comerciales .
- SinDerivadas — Si remezcla, transforma o crea a partir del material, no podrá distribuir el material modificado.
- No hay restricciones adicionales — No puede aplicar términos legales ni medidas tecnológicas que restrinjan legalmente a otras a hacer cualquier uso permitido por la licencia.
Avisos:
No tiene que cumplir con la licencia para elementos del materiale en el dominio público o cuando su uso esté permitido por una excepción o limitación aplicable.
No se dan garantías. La licencia podría no darle todos los permisos que necesita para el uso que tenga previsto. Por ejemplo, otros derechos como publicidad, privacidad, o derechos morales pueden limitar la forma en que utilice el material.